segunda-feira, 28 de setembro de 2009

a prova

Se eu sou uma mulher sincera?

Isso lá é pergunta que se faça!??!?!?!?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Choremos!

Louca-louca-louca

Como comumente nos coloriram – ou eu? Ou você?

A nós, que hoje em dia não nos é dada a permissão e o direito de chorar, digo: choremos.
Choremos aquele choro bem doído, aquele que esteve bem calado, afugentado, atormentado de tanto ficar escondido, soterrado.

Já não choramos mais; não gritamos mais; não nos descabelamos mais. Não, não. Nenhuma lágrima, nenhum nariz vermelho, nenhuma maquiagem borrada pelo choro. Nada. Não choramos de raiva, de remorso, de ciúmes, de tristeza, de felicidade. Se temos vontade de chorar, de duas, uma: ou é Tpm, ou depressão. Se é Tpm, nos aconselham a comer chocolate e de acinte afirmam que você está desregulada hormonalmente. Se a vontade de chorar tiver precedentes (alguém morreu, você perdeu o emprego, o namorado te largou), a indicação é simples e medicinal: tarja preta para dentro. E assim vamos... mulheres ultramodernas, independentes, realizadas profissionalmente (mesmo que não seja verdade), de bem com a vida de solteira (mesmo que não seja verdade) e com uma nécessaire abarrotada de remédios (e de tarja preta!).

E assim vamos... já adquirimos a capacidade de não mais chorar assistindo a “Titanic”, “Ghost”, “Uma linda mulher”, “Cocoon”. Uma buzinada descabida já foi motivo para choro; hoje, para xingamento. Em uma festa você vê o seu grande amor se atracando com uma mulher muito feia. O que ocorre? Você engole o choro, finge que está tudo bem, encolhe a barriga, estufa o peito e suas amigas ainda completam: “ele não te merece, você é muito bonita e inteligente para ele. Ele não sabe o que está perdendo”. E assim vamos nós, mulheres, fortes, decididas, bem resolvidas e que guardaram o chororô para o tempo da vovó. Daqui a pouco nem teremos mais canal lacrimal...ou então será como o apêndice: está ali, mas não serve para mais nada.

Sê de piedade

Ai, teu cheiro ainda está aqui
Tua graça presença
Teu melindre
Teu engenho
mais um dia raiou.
Acaso não te disse?
Disse como sussurros,
como vozes entrecortadas,
como trovoadas.
Disse uma mistura de cores,
cheiros, embalos, retalhos;
Não te disse?
Talvez tenha dito sem muito alarde,
como aqueles beijos acolhedores (antes de dormir).
Mas disse.
Disse-dizendo-que-o-dito-destido-desterro
Vai e vem.
E vou.
E vamos? Será?
Pensemos: “Sejamos pornográficos” ao menos.
Da minha parte serei mais desejosa
Serei – além de tudo –
em um átimo ou na eternidade,
impiedosa.
Repleta daquela impiedade feia, suja e louca
recheada de gargalhas
(ninguém mandou levar tua graça presença embora)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Se

E se a minha vontade de te ver for maior?
E se a minha vontade de ficar sozinha imperar?
E se a minha vontade de brigar, xingar, te escorraçar for mais importante?
E se a minha vontade for anulada? Serei eu mesma sem as minhas vontades? Sem minhas expectativas, medos, demoras, hesitações?
E se... e se deixássemos de bobagem, desligássemos a televisão e virássemos para o lado para dormir, sonharíamos com sorvete de cappuccino?