sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Choremos!

Louca-louca-louca

Como comumente nos coloriram – ou eu? Ou você?

A nós, que hoje em dia não nos é dada a permissão e o direito de chorar, digo: choremos.
Choremos aquele choro bem doído, aquele que esteve bem calado, afugentado, atormentado de tanto ficar escondido, soterrado.

Já não choramos mais; não gritamos mais; não nos descabelamos mais. Não, não. Nenhuma lágrima, nenhum nariz vermelho, nenhuma maquiagem borrada pelo choro. Nada. Não choramos de raiva, de remorso, de ciúmes, de tristeza, de felicidade. Se temos vontade de chorar, de duas, uma: ou é Tpm, ou depressão. Se é Tpm, nos aconselham a comer chocolate e de acinte afirmam que você está desregulada hormonalmente. Se a vontade de chorar tiver precedentes (alguém morreu, você perdeu o emprego, o namorado te largou), a indicação é simples e medicinal: tarja preta para dentro. E assim vamos... mulheres ultramodernas, independentes, realizadas profissionalmente (mesmo que não seja verdade), de bem com a vida de solteira (mesmo que não seja verdade) e com uma nécessaire abarrotada de remédios (e de tarja preta!).

E assim vamos... já adquirimos a capacidade de não mais chorar assistindo a “Titanic”, “Ghost”, “Uma linda mulher”, “Cocoon”. Uma buzinada descabida já foi motivo para choro; hoje, para xingamento. Em uma festa você vê o seu grande amor se atracando com uma mulher muito feia. O que ocorre? Você engole o choro, finge que está tudo bem, encolhe a barriga, estufa o peito e suas amigas ainda completam: “ele não te merece, você é muito bonita e inteligente para ele. Ele não sabe o que está perdendo”. E assim vamos nós, mulheres, fortes, decididas, bem resolvidas e que guardaram o chororô para o tempo da vovó. Daqui a pouco nem teremos mais canal lacrimal...ou então será como o apêndice: está ali, mas não serve para mais nada.

Um comentário:

Anônimo disse...

kakakaka
vc manda bem hein andréa? escreva escreva escreva