sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sê de piedade

Ai, teu cheiro ainda está aqui
Tua graça presença
Teu melindre
Teu engenho
mais um dia raiou.
Acaso não te disse?
Disse como sussurros,
como vozes entrecortadas,
como trovoadas.
Disse uma mistura de cores,
cheiros, embalos, retalhos;
Não te disse?
Talvez tenha dito sem muito alarde,
como aqueles beijos acolhedores (antes de dormir).
Mas disse.
Disse-dizendo-que-o-dito-destido-desterro
Vai e vem.
E vou.
E vamos? Será?
Pensemos: “Sejamos pornográficos” ao menos.
Da minha parte serei mais desejosa
Serei – além de tudo –
em um átimo ou na eternidade,
impiedosa.
Repleta daquela impiedade feia, suja e louca
recheada de gargalhas
(ninguém mandou levar tua graça presença embora)

Um comentário:

Saulo Moreira disse...

esse poema tem um jeito que poderia ser o meu e é!
vc é linda!