quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Féééérias

E era mais um dia como sempre: levantar, tomar banho, comer e pensar no que faria nesses dias de férias. O sol, convidativo como sempre, não parecia uma boa pedida. Teria que colocar o biquíni, pegar uma toalha e o pior — ter paciência para ficar com o couro curtindo ao sol. Preferiu ficar em casa; no doce aconchego do lar, em frente à televisão, comendo brigadeiro e bebendo refrigerante. Aí se lembrou que essa mistura era péssima para alguém que teria que, mais cedo ou mais tarde, colocar um biquíni para enfrentar o sol e realizar a árdua tarefa de curtir o couro. Pensou em ir até à casa da amiga, mas lembrou que ela estava meio jururu. Pensou nos seus melhores amigos de faculdade, mas se lembrou que um está no outro lado do oceano e o outro está do outro lado do rio. Lembrou também do outro, já que isso se tornou um hábito mesmo. E lembrou de tantas coisas que tinha para fazer antes da sua viagem, que ficou cansada e entediada por estar de férias. Durante a época de “não férias”, é bem mais fácil administrar o tempo e as tarefas do dia-a-dia. Com tanto tempo para fazer as coisas, acaba não fazendo nada e ficando cansada de tanto planejar...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

estranho ser

A morte (com m minúsculo mesmo) acordou cansada de tanto matar. Um fio tênue de piedade correu seu esquelético corpo, pensando em como deveria ser difícil ser ser humano e perder um ente amado. Sua foice ainda estava encostada na mesma parede branca e gélida de sempre. Olhou, pela primeira vez em toda sua existência, com carinho sua velha amiga de jornada. Pensou que bom mesmo seria ter alguém ao seu lado, mesmo que esse alguém não fosse exatamente de carne e osso, mas tão somente de ossos. Esses tipos de pensamentos nunca levam a lugar nenhum, hesitou a morte, vendo que estava ficando melancólica com suas reflexões. “Até pareço gente, que se queixa de tudo”, e desviou o pensamento para os arquivos que iria averiguar no dia. A próxima vítima do curso natural da vida seria um homem; nem alto nem baixo, nem moreno nem branco, nem magro nem gordo; figura mediana e comum. Mas algo foi despertado naquele lugar que deveria estar o coração da morte. Não soube dizer ao certo o que era, mas a imagem daquele homem, somente a daquele, ficou registrada em si. “Bom mesmo seria ter alguém para chamar de meu”, pensou enquanto se arrumava para partir para mais um dia árduo de trabalho. A morte, naquele dia, voltou para casa sorridente...sabe deus porquê.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

...

Quando tinha 15 anos, minhas colegas viajavam para a Disney...tinham as melhores festas de debutante. Eu tive uma festinha surpresa com menos de 10 pessoas (...). Hoje, na transição entre a vida de adolescente e a vida adulta (hahahaha), todos os meus amigos têm que arrancar os dentes siso. Eu, só para compensar uma etapa que pulei aos 15 anos (já que não fui para a Disney, nem tive uma megafesta), arranquei logo os 4 sisos de uma vez só. Eu é que não iria ficar para trás em mais um rito de iniciação. Não sou boba não!

sábado, 17 de novembro de 2007

"Eu uso óculos"

Tive um sonho estranho ontem. Deitei e dormi pesado. Um sonho bem maluco começou, com direito a trilha sonora e tudo. De repente eu precisava ler e não conseguia...aquilo começou a me angustiar, e era uma angústia tão chata porque eu não conseguia ler, já que estava sem óculos... tudo embaçado. “Cadê meus óculos??”, perguntei para alguém que estava ao meu lado. “Não sei. Deve estar perto da cama”. “Que cama???”. “Onde você está dormindo, ué...”.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

tô bêbada

Eu aqui, ouvindo Léo Jaime e com fome. Lembro poucas coisas da noite de ontem. Bebi com extravagância para comemorar mais uma etapa conquistada (!!!!). Como esse Léo Jaime tem complexo de inferioridade!?!?! Reage cara!!!! A vida presta sim e ninguém é de ninguém, meu filho... Ai ai os homens... só complicam as coisas...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Prisão

Papai foi preso uma única vez na vida. Foi no período da ditadura. Coisa de jovem durante uma passeata estudantil. Papai não gosta de policial até hoje. Será que é por isso que ele sempre torce para que o boi machuque o peão? Coisa estranha...

domingo, 28 de outubro de 2007

Ana Maria

Ana Maria levantou hoje cedo meio mal-humorada. Tomou o mesmo café da manhã de todos os dias. Ficou sentada horas e horas na varanda, pensando e planejando o dia. Depois de muito pensar, ficou um pouco cansada e foi dormir. Dormiu com um sono bem pesado, daqueles que a pessoa tem descargas elétricas e o corpo treme de vez em quando. Aí acordou. A cara amassada testemunhava que o sono tinha sido revigorante. Foi até a cozinha; olhou o almoço (que já devia ser quase um jantar), pensou se não era mais fácil procurar outra coisa para comer, mas aí se lembrou que daria muito trabalho e ficou com preguiça. Resolveu comer mesmo o que tinha. Comeu como quem é obrigado a comer. Pensou no que faria no restante da tarde e da noite. Sem decidir de prontidão, resolveu ir dormir mais um pouco. Afinal, ela tinha direito a um pouco de sesta. Ana Maria é a minha gata.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vidinha

Primeiro, tive vontade de te mandar para o inferno...depois bateu aquela saudade chatinha, aguda, que dói lá dentro. Ela às vezes incomoda...não tanto como antes, mas incomoda. Incomoda ainda mais quando eu bebo; quando tento conversar com alguém e percebo que tenho que recontar todas aquelas histórias que você já conhece, e muitas das quais você até participou.
O dia ontem foi péssimo. Dormi o dia inteiro, até ficar com o corpo dolorido de tanto ficar deitada. À noite, me arrumei; passei maquiagem e saí. Bebi um pouquinho (!!!) e segui rindo, feliz por estar acompanhada, transbordando alegria – pelo menos era assim que me viam. E você? Já contou sobre aquela nossa viagem para ela?

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Texto sobre Che

O Diário de viagem de Ernesto Che Guevara, Juventude e América Latina — Reflexões

Andréa Beraldo Borde
Gessé Almeida Araújo

A tão usada foto de Che ainda tem força pra sugerirque sempre é hora de sermos mais inteiros (Marcelo Yuka)


As impressões iniciais sobre a América Latina e o apaixonante sentido de “Latinoamericanismo” — são expressas pelo jovem Ernesto Che Guevara em seu Diário de Viagem, intitulado De moto pela América do Sul. As quase duzentas páginas do livro são as anotações pessoais que o jovem Ernesto fez ao longo de oito meses de viagem pelo sul da América (1951/1952). A viagem, iniciada em Buenos Aires junto com o amigo Alberto Granada, foi a bordo da famosa La Poderosa II (uma moto modelo Norton de 500 cilindradas).
À época, o jovem Ernesto contava 23 anos de idade e era estudante de medicina; Alberto, seu companheiro na aventura, um jovem bioquímico. A viagem, iniciada na Argentina, seguiu caminho pelo Chile, Peru, Colômbia e, finalmente, Venezuela. Pouco dinheiro, uma velha moto, um ar de vadiagem e um desejo único: desbravar a até então pouco explorada América do Sul. As impressões decorrentes da leitura nos fazem acreditar que o intuito da viagem transformou-se de um “simples” passeio, a uma experiência que marcaria não só a história dos dois aventureiros, mas a história da América Latina. Nas próprias palavras de Che, “uma expedição tem dois pontos: um de partida e um de chegada. (...) Os meios são infinitos” (GUEVARA, 2003, p. 22). A experiência vivida pelo jovem Ernesto evidencia essa infinitude de meios pelos quais passou em sua viagem com Alberto. Para ele, os meios foram essenciais para compreender que o seu lugar (nos referimos à América Latina) pode se tornar tão bom para se viver quanto tantos outros lugares do mundo.
É do confronto com a realidade proporcionado pela viagem que se percebe nas páginas do livro o despontar de um revolucionário. Em um trecho do seu Diário, Che reflete acerca da sua própria mudança: “A pessoa que está agora reorganizando e polindo estas mesmas notas, eu, não sou mais eu, pelo menos não sou o mesmo que era antes”. (GUEVARA, 2003, p. 14).
A indignação em relação às desigualdades tão evidentes na América do Sul contribuiu para que o Che se tornasse o guerrilheiro utópico, modelo de “homem novo”[1], graças a sua capacidade de “leitura do mundo”[2]. Vale ressaltar que o Ernesto foi educado em um ambiente familiar que incentivava uma reflexão, dada à inclinação política de seus pais ao comunismo.
Tivesse o Che nascido indiferente ao seu tempo, seria mais um morador do mundo, mais um espectador diante do contexto sócio-histórico da época (que ainda é legado a nós). Exclui-se com essa reflexão qualquer interpretação do Che como um gênio, um mito — como alguns insistem em acreditar —, visão que o próprio Che tanto refutava (ele não se deixava fotografar) e que ainda hoje é bastante difundida na cidade onde foi assassinado — La Higuera, Bolívia em 9 de outubro de 1967 —, na qual é cultuado como um santo.
Ernesto para pensar como pensou, e agir como agiu, apreendeu seu tempo e seu lugar como poucos foram capazes. Apreender o mundo é lê-lo. Che foi um leitor de seu tempo, o que aliada a uma extrema capacidade de indignar-se fez dele o que ele é. Isso tem pouco a ver com genialidade e mitologia; antes é fruto da visão de mundo que tinha.
Ao longo do livro, a questão do jovem Che em meio às crises asmáticas revela um outro lado de sua figura: a fragilidade na saúde. E é em meio a uma fragilidade, não a sua, mas a de uma senhora moribunda, que o Che percebe quão tamanha injustiça perfaz esse pedaço de continente. Como estudante de medicina, quase formado, a impossibilidade de uma tomada de atitude imediata que tornasse a vida dos latino-americanos melhor, fez com que Che refletisse sobre sua condição diante de tal realidade:

“É em casos como esses, quando um médico percebe que não pode fazer nada, que ele deseja mudança; uma mudança que impedisse a injustiça de um sistema (...). É aí, no final, para as pessoas cujos horizontes nunca ultrapassam o dia de amanhã, que percebemos a profunda tragédia que circunscreve a vida do proletariado em todo o mundo.” (GUEVARA, 2003, p. 60-61).

Podemos, a partir dessa citação, refletir (e o Che se vale disso em outras passagens do seu Diário) sobre a colonização dessa parte do continente. Os “conquistadores” vieram com tanta sede de alimentar seus luxos, que arrancaram o que de melhor essa terra lhes oferecia. Não foram capazes em nenhum momento de medir as conseqüências destrutivas de suas atitudes, conseqüências expressas tanto em termos econômicos quanto culturais — esta última em pior e mais crítica situação por ser ela a que anuncia a alma de um povo. Em outras palavras, somos um povo com uma alma dilacerada devido a violenta ação dos colonizadores, que não foram capazes de poupar sequer a maior expressão de nossa identidade: a cultura (ingenuidade de nossa parte desejar que isso tivesse acontecido).
Mais do que compreender toda essa conjuntura, mas vivenciá-la, levou o Che a optar em sua trajetória de vida pela América Latina como um todo, e, principalmente, pelos pobres dessa parte do mundo. A partir do momento em que o jovem Ernesto “entende” que a referida América estavelmente estabelecida é uma crença ilusória (mais uma das “grandes verdades” que coabitam nosso mundo) imediatamente o esboço do grande Che se pôde visualizar. As bases para que o “homem novo” — Che Guevara — se formasse, estavam prontas, e ele soube como nenhum outro fazer as vezes de “homem novidade”. Foi o Che quem melhor soube colocar os valores coletivos acima dos individuais, o que melhor associou a necessária teoria com a inevitável prática.
Para a juventude, Che e sua lembrança permanecem como exemplos do seu verdadeiro papel. Não podemos nos esquecer que o Guevara tinha apenas 23 anos quando empreendeu as agudas análises sobre o presente e o futuro político da América Latina, expressas em seu Diário de viagem. Portanto, à juventude de todos os tempos é legada a difícil missão de sacudir a sociedade em que vive. Qualquer jovem latino-americano que se sinta tocado pela situação de seu povo e com a trajetória de Che Guevara, já abraçou essa causa (a dos pobres e marginalizados). O Che cultivou para a sua vida os valores que nós, jovens excluídos e marginalizados, devemos cultivar para as nossas: os que colocam o bem coletivo como prioritário em detrimento do individual. Esses são os valores da juventude que se reconhece como revolucionária. Cultivar valores pressupõe negar outros: os que alimentam a pequena-burguesia, o consumo ensandecido e a mais-valia.
Negar o papel revolucionário da juventude é recusar a própria crença nos jovens como motores de uma sociedade. Negar isso é contestar também a história/presença de Ernesto Che Guevara que, apesar de desaparecido fisicamente, vive ou revive cada vez que um jovem militante, ou não, se indigna frente às injustiças do mundo.
No último capítulo do Diário, Che narra seu encontro com um estrangeiro residente em Caracas. Esse encontro engendra uma mensagem fundamental para o futuro da América Latina (e por que não dizer do próprio mundo?!) e é nas palavras do recém amigo do Che que temos a reflexão:

“O futuro pertence ao povo e, gradual ou subitamente, ele vai chegar ao poder, aqui e em todo o mundo. (...). Vou morrer sabendo que o meu sacrifício está fundado apenas na teimosia que simboliza essa nossa civilização apodrecida e decadente.” (GUEVARA, 2003, p. 184)

Em tempos de descrença nos ideais atestados nesse ensaio, as palavras desse estrangeiro, que como um mago andarilho disse-as ao Ernesto, reforça a grande fé que temos em um mundo mais humano para todos. Como dissemos, esse mundo será construído por aqueles que assim o querem. Aprender a apreendê-lo e aprender a lê-lo, cultivando os valores que excetuam todo e qualquer tipo de exploração de gente por gente, são as medidas essenciais para aqueles que encaram essa causa como sua.
Ao terminar sua jornada ali mesmo em Caracas, Alberto e Ernesto se separam. Che, logo após conhecer Miami, retorna a Buenos Aires com um grande sentimento que define sua opção de vida daquele momento em diante:

“(...) eu agora sabia ... sabia que no momento em que o grande espírito guia separar toda a humanidade em apenas duas frações antagônicas, eu estarei com o povo. (...) já encurvo meu corpo, pronto para a briga, e preparo meu ser como se fosse um recinto sagrado, para que ele faça ressuscitar, com novas vibrações e novas esperanças, o grito bestial do proletariado triunfante.” (GUEVARA, 2003, p. 185)

Chegamos a um tempo em que a espera de uma tomada de atitude resulta na permanência dos atuais modelos de exploração econômica e injustiça social. Continuar no caminho da inércia é assumir, como “jovem” ou como “homem” que se propõe “novo”, que a tomada de atitude não modificaria o atual curso da realidade vigente. Essa crença, além de falsa, reafirma os valores dos quais não comungamos e reiteramos aqui. Portanto, nossa opção pelo povo, como educadores e educadoras (ou qualquer outra escolha), deve ser tomada o mais breve possível. A partir daí, transformar nossos ambientes de trabalho e os ouvidos dos que nos cercam em nossas trincheiras diárias de luta, é a nossa difícil missão. Que o exemplo do jovem Che nos sirva como modelo de gente que, a fim de ser mais, lutou para que tantas outras pessoas pudessem ser gente de verdade, tendo como frente de luta, é claro, o amor, combustível de todos que têm, assim como Che, o povo como opção.
Hoje, quarenta anos depois do assassinato de Che, seu legado permanece vivo na medida em que expressa um exemplo de consciência crítica, aliado a uma capacidade de demonstrar que teoria e prática devem ser indissociáveis (vale lembrar que os registros escritos e fotográficos da época mostram que, mesmo Che sendo um ministro cubano, atuava nas frentes de trabalho voluntário). Muito embora a grande mídia tenha a pretensão de debilmente deturpar a imagem do guerrilheiro Che, este ensaio é um atestado de que a sua lembrança, aliada a um desejo de que a realidade seja construída em outras bases mais igualitárias, ainda é muito forte. No mais, muito “estudo, trabalho e fuzil”. (MST, 2005, p. 26). A referida frase é trecho de um dos discursos de Che à juventude Cubana, no qual identifica os três elementos como símbolos do povo cubano. Citamos “fuzil” com um sentido metafórico, na medida em que pode simbolizar nossas armas diárias de luta: no nosso caso, o trabalho como educadores e educadoras.



Referências Bibliográficas

Livros

BETO, Frei; CASTRO, Fidel, LENIN, Vlademir. As tarefas revolucionárias da juventude. 4ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2005.
Freire, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988.
GUEVARA, Che. De moto pela América do Sul – Diário de Viagem. São Paulo: Sá, 2003.
GUEVARA, Che. Socialismo e juventude: textos e fotos. Tradução e seleção de textos: Sandra Luiz Alves. São Paulo: Editora e Livraria Anita, 2002.
LOWY, Michael. O pensamento de Che Guevara. São Paulo: Expressão Popular, 1999.
Movimento dos Sem Terra. O Legado de Che Guevara – caderno de jornada de solidariedade e de Trabalho voluntário. São Paulo, 2005.

Revistas

BRAVO! – Maio de 2004/nº 80
Caros Amigos – Edição especial (Guevara: vida e morte de um mito) – Outubro de 2004/nº 22
Caros Amigos – Edição especial (Cuba, Sempre: a heróica ilha que poucos conhecem de perto) – Agosto de 2007/nº 33

[1] Para Che Guevara, o “homem novo” era o que tinha a capacidade de integrar em si os princípios da teoria aliada à prática militante, renegando as “paixões egoístas” em detrimento da vontade geral.
[2] Freire, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Ao estilo de Saramago

Do que é que o professor está falando?, Hã?, Ele. O professor. Tá falando o quê?, Não sei., Mas você ta prestando atenção na aula..., Tô não...tô pensando no amor, Hummm ta apaixonada?, Eu não, Desiludida?, Eu não, E por que está pensando no amor?, O amor em Nelson., Que Nelson?, O Rodrigues!, E tem?, O quê?, Amor, Tem...claro que tem!, Mas ele é pornográfico!!, E quê que tem?, Eu vi “A vida como ela é...”, E você leu?, eu não, Então..., Então o que?, Leia e depois você me fala...deixa eu prestar atenção na aula!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Meu dia de Kafka

Acordei e senti meu corpo estranho. Levantei, me espreguicei e parecia que eu pesava uns 100kg. Me olhei no espelho para ter a certeza de que não tinha me metamorfoseado em um inseto gigante, seguindo o lastro de kafka.
Estava normal. Minha cara era a mesma, tirando um pouco o ar de "ressaca". Claro que veio a bendita da "ressaca moral": "eu não deveria abusar tanto do meu final de semana", e outras coisas que não valem a pena serem ditas.
Fui para a faculdade me certificando sempre que nenhuma asa estava nascendo nas minhas costas. Talvez isso tudo não passe de uma simples alegoria. Quem sabe? O pior é que algumas pessoas sabem...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

RodaMundo

Naquela roda gigante
em algum recôndito lugar,
talvez da Bahia,
ou do sertão do mundo
Sentia aquele vento gelado
a tocar-lhe a pele.
Era bem de leve...
Os cabelos,
esvoaçando,
se misturavam aos dele
E pensava que
talvez
poderia ser saudade.
Saudade por saber
que um dia
a roda gigante
desceria.

E desce.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

é fiado!

Cachaça, mel e limão
Mais alguma coisa?
Pra mim não.
É para viagem?
Por enquanto não.
Gostou?
Coloca mais limão!
E agora?
Agora tá bom...
É no dinheiro ou no cartão?
Põe na conta!
Tô vivendo de ilusão...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Bora Baêa

Depois de ficar de bode (adoro essa expressão) um sábado inteiro dentro de casa (pijama, bolo, brigadeiro, tv, livros, gatos, o diabo a quatro), era domingo. Um domingo meio tímido, nem sol, nem chuva. Grazi me liga: "amiga, vamos para a Fonte Nova com o Tefo ver o Bahia" - (Tefo é o apelido do irmão da Grazi). Eu pensei e disse: "Mas eu tenho que estudar". Grazi insistiu um pouco e pensei que faria bem um pouco de multidão. Estava cansada de ficar em casa...era bom mesmo sair. Chamei a Audrey para ir conosco e ela, ainda dormindo (já era 12:30 PM), ficou dizendo que não iria...mas foi.
Grazi e "Tefo" passaram lá em casa para pegar a gente. Bermuda, blusinha e chinelo. Entrei no carro. Depois de uma boa macarronada, eu e a Grazi começamos a árdua tarefa de se maquiar dentro do carro. "Cuidado para o lápis não furar seu olho", dizia eu para a Grazi. A Audrey nem se abalou....cara lavada, jeito de moleque, lá foi ela de braço dado com o Tefo. Eu e a Grazi, fazendo o gênero de "garotinhas que vão para estádio de futebol", fomos logo atrás.
Depois de um terrível empurra-empurra, conseguimos entrar na Fonte Nova. Subimos para a arquibanca ao lado da Bamor (só quem é baiano talvez possa entender o que quero dizer) e começamos a "admirar a paisagem". Mais de 38 mil pessoas e a gente no bolo doido!
O jogo começou. Eu, que não entendo muito coisa de futebol, ficava olhando aqueles homens correndo e os homens ao meu lado xingando a coitada da mãe do juiz - aprendi palavrões maravilhosos (e todo mundo sabe que eu gosto de palavrões). Mesmo sem óculos, consegui ver bastante coisa. O bom é que o Tefo nos deixava a par do jogo, afinal, nenhuma das três entende alguma coisa de futebol.
Os carinhas, no início do jogo, até que paqueravam a gente...mas quando o "baêa" entrou em cena, a atenção deles se dirigiu integralmente para o campo.
Um coroa estava sentado ao meu lado. Ele gritava tanto que eu pensava que ele iria ter um infarto a qualquer instante. Pedi para que ele se acalmasse e viramos verdadeiros amigos de infância. Na hora do intervalo, ele foi ao bar e trouxe cerveja para todo mundo!!!
No segundo tempo, olha o Nonato se jogando no chão e o conseqüente pênalti. "Baêa" 1x0. O que acontece??? O cara ao meu lado começou a chorar!!!!!! E eu, achando aquilo tudo tão lindo, a idéia de união, de irmandade pelo futebol, o estádio balançando com a Bamor pulando, eu sem entender o que acontecia no campo, pensava: "tenho que ir para casa estudar!"
Haaaaaaaaaaa Andréa, dá um tempo!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Tic Tac

Barulho de relógio é terrível
ainda mais quando está tudo em perfeita paz...
Paz exterior;
paz até no Iraque -
menos aqui.
Aqui é lugar ruim (às vezes),
já conhecido (às vezes);
bom é lá,
longe,
distante.
O barulho do tic tac
ensurdece
emudece
entristece
faz lembrar o que deveria
estar escondido.
Escondida é onde eu deveria estar
Deveria também um monte de coisas...
mas é melhor eu me calar.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Remédio

E toma remédio para dormir; no dia seguinte precisa tomar remédio para acordar. De noite? O sono sumiu!

- Tomo ou não tomo meu remédio? Acho que estou ficando dependente...

- Você está ficando é louca.

- Pra quê esse “é”?

- Como assim?

- “Você está ficando éééééééééééééé louca”.

- Tá vendo?

- O quê?

- Que você está ficando é louca!

- Por quê?

- Fica repetindo o que os outros dizem, parecendo um bode... ééééééé. Vai acabar como a Marilyn Monroe.

- Loira?

- Não. Morta!!!

- Oxi...que viagem a sua...Todo mundo morre...E você que vai acabar igual ao Elvis!?

- Nããããão...Marilyn Monroe morreu de tanto misturar remédio para dormir e para acordar...Marilyn foi uma metáfora para a sua situação.

- Haaaaaaa. heheheheh. Eu entendi!! Vou dormir. Me passa a água!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

!

Vontade de ficar em casa, vendo tv e comendo brigadeiro. Vontade de ficar deitada na cama, enchendo o saco da Duda e da Aninha, até elas me morderem e saírem correndo pela casa. Vontade de ir para um salão de beleza. É...um salão de beleza. Manicure, pedicure, cabelereira...Vontade de esquecer a vida; estudos; provas para o mestrado; itinerários de viagem; coração...Vontade de mandar tudo para aquele lugar. E me perguntarão: “nossa Déia, mas que stress!”. Ao passo em que eu direi: “tem nada não gata(o), daqui a pouco passa”. E passa mesmo. Talvez a solução esteja no meu velho tarja preta ao som da música "As curvas da estrada de Santos".

Paciência

Você pede para que eu seja paciente
E coração entende dessas coisas?
Coração da gente
é coisa que bate desritmado
Sem porquê
nem pra quê

Bate assim:
descompassado,
agitado,
remoendo o tempo todo.
Não entende de horas,
de dias, nem de semanas;
quanto mais de paciência.

Então, meu bem,
não peça que o meu entenda
metafísicas sem procedências.
Deixa ele aqui
frenético como sempre
Que de paciência
Ele não entende
E talvez nunca entenderá...

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Imagem

E é tudo verde:
o lençol,
o cobertor,
minha calça
e a capa do livro.

Talvez seja um indício
de que preciso amadurecer...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Road

Pé na estrada
mochila arrumada;
poucas roupas:
nenhuma maquiagem -
somente o necessário.

Eu e a paisagem que passa
Mais de dois mil quilômetros
já rodados

Ele disse um simples "tchau"
E já tem um novo alguém
Eu não pude dizer nada
Aliás, a mim não restou dizer nada.

Eu e a paisagem vista da janela
Quem sabe também não encontrarei
um outro alguém ou amor,
nos próximos quatro mil kilômetros?

sábado, 25 de agosto de 2007

Às vezes, o melhor ataque é a defesa!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Silêncio

Explicações comem tempo e papel;
só sei que liguei e ninguém atendeu.
Mandei uma mensagem
e a resposta foi um longo
silêncio
Silêncio acompanhado por saudades,
risos e, talvez, cobranças.
O telefone?
Sinal de que algo não vai bem...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Ela, dois minutos mais velha
Do que eu;
Dois centímetros menor
Do que eu.
Eu, dois graus de miopia
Dois piercings no umbigo.
Duas tonalidades de cabelo:
O dela - vermelho,
O meu - castanho.
Ela, protótipo de engenheira;
Eu, anseio de professora.
Na pele, as mesmas tatuagens
Dois: Eu e Ela
Mesmo espaço, mesma casa
Mesma cumplicidade.
Ela, um pedaço de mim;
Eu, um pedaço dela.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

...

Aí estava eu passeando pelo mundo digital. Olhando coisas, pesquisando coisas e ouvindo coisas. No intervalo entre uma aula e outra, eu, entretida com o mundo digital, esqueci a correria acadêmica e me dei alguns minutos de folga. Afinal, damos tantas coisas para tantas pessoas, por quê não me agradar um pouco?
Comi um brigadeiro, ouvi aquela música que tanto gosto, entrei no msn e cansei de ficar escrevendo "hauhauhuauhaah", na tentativa de recriar a minha risada. Desliguei o computador e fui conversar com um amigo meu. Essa história de "um mundo sem fronteiras", às vezes, enjoa.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Eu ando tão down

Eu não sei o que meu corpo abriga nessas noites quentes de verão...